quarta-feira, 25 de maio de 2022

Manifestação unificada: SOS Novo Jockey e servidores públicos municipais

 Por Juju Rocha Tavares


Ontem, acompanhamos um pouco da manifestação em frente à Prefeitura que reuniu dois grupos: o movimento @sos.novo.jockey e os servidores públicos municipais, organizados pelo @siprosep.campos.


O SOS Novo Jockey começou a se organizar para reivindicar condições adequadas para o bairro, como saneamento básico, pavimentação adequada das ruas, posto de saúde. O grupo já organizou um abaixo-assinado, participou de reuniões com vereadores, audiência na Câmara, mas ainda não conseguiu se reunir com o Prefeito Wladmir Garotinho, que, em suas declarações, declarou que o Novo Jockey seria um bairro clandestino. É de se estranhar o fato da Prefeitura cobrar IPTU em um "bairro clandestino", onde, aliás, a mãe do prefeito decidiu construir as casas do programa "Morar Feliz".

Os servidores públicos municipais, por sua vez, estão hoje (25/05) no 9o dia de greve. A principal reivindicação da categoria é o reajuste salarial, após 7 anos de congelamento e uma inflação galopante, o que gerou uma grande perda no poder de compra pela categoria. 
Outras reivindicações são melhorias nas condições de trabalho, EPIs, o fim do assédio moral aos servidores e também a transparência na utilização do recurso dos royalties por parte da Prefeitura. 

No dia anterior, em outra manifestação organizada pelo Siprosep, em frente à Prefeitura e também ao apartamento de Wladmir Garotinho, esteve presente o movimento das marisqueiras, em mais uma demonstração de união da classe trabalhadora. 
Parabenizamos as organizações dos movimentos de luta! Acreditamos que só a união dos diferentes segmentos da classe trabalhadora será capaz de pressionar o Poder Público pela garantia dos direitos da população campista!

sábado, 7 de agosto de 2021

Dona Noêmia reindica a devolução das terras do Açu em evento com o governador Cláudio Castro, a família Garotinho, a prefeita Carla Machado na UENF

Por Juliana Rocha

Ontem, 06 de agosto, o governador Cláudio Castro, em companhia da família Garotinho cumpriu uma agenda em Campos dos Goytacazes num clima de campanha eleitoral para 2022. Às 17h, o evento que constava na agenda como “Fórum de Prefeitos” ocorreria dentro da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF).

Quando Dona Noêmia, grande agricultora e lutadora em defesa dos agricultores do Açu ficou sabendo da agenda na UENF, nos contactou para que fôssemos com ela, reivindicando que o governador devolvesse as terras do Açu, que foram roubadas dos agricultores durante a gestão de Carla Machado e Sérgio Cabral.


Dona Noêmia e um pequeno grupo de apoiadores em manifestação pela anulação do decreto de desapropriação das terras das famílias do Açu. Fotografia: Luiz Henrique

Chegamos ao Auditório, esperando o suposto “Fórum de Prefeitos” e nos deparamos com um verdadeiro palanque eleitoral para o governador Cláudio Castro, junto com toda a família Garotinho e muitos prefeitos do norte e noroeste fluminense, elogiando o “excelente trabalho” do governador, que faz campanha distribuindo promessas aos municípios, que deverão ser custeadas com o dinheiro da privatização da CEDAE. Apoiadores da família Garotinho clamavam para que Clarissa Garotinho, que recentemente gravou vídeo abraçando Bolsonaro, viesse como candidata a vice-governadora. No evento, rolou até dueto de “Noites Traiçoeiras” com Rosinha Garotinho e Cláudio Castro, que segundo alguns prefeitos bajuladores presentes naquele círculo de horrores ,seria um "enviado de Deus" para salvar o Estado do Rio de Janeiro. Garotinho, em sua fala, distorceu completamente a história da fundação da UENF, dizendo que ele teria sido o responsável por pedir a Brizola para construir a instituição, que infelizmente, era palco de um dos eventos políticos mais enojantes que eu já presenciei.

Voltando à nossa missão no evento, estendemos uma faixa pedindo que o governador devolvesse as terras roubadas dos agricultores do Açu e fomos não só ignorados por todos ali presentes, como fui ameaçada por um correligionário de Garotinho de receber ordem de prisão porque estava atrapalhando a visão dele. Esse senhor, cujo nome ignoro, tocou em mim e eu só não tive uma reação a altura porque o foco naquele momento era ajudar a luta de dona Noêmia.
Na fala de Carla Machado, gritamos junto com a dona Noêmia para que fossem devolvidas as terras do Açu e Carla falou que devolver as terras roubadas seria ilegal e que todos os crimes que vêm sendo cometidos contra os agricultores da região seriam sacrifícios necessários para o desenvolvimento econômico do Açu.

Voltamos a gritar durante e fala do governador Cláudio Castro e ele nos chamou de baderneiros por estar atrapalhando a campanha eleitoral dele que ocorria ilegalmente dentro de uma universidade pública. Dona Noêmia começou a passar mal, sendo ignorada pela plateia bajuladora e acolhida somente por uma mulher da equipe do governador, que garantiu que fosse feita uma conversa ao final do suposto fórum. Dona Noêmia falou com ele que o que houve não foi desapropriação, mas expropriação. Em vídeo registrado durante a conversa, ela fala: “Eu tenho pouco tempo, mas enquanto eu tiver um suspiro, eu vou lutar! Eu sou representante daquele povo e aquele povo não merece. O porto é maravilhoso, o império é maravilhoso, mas o nosso suor e o nosso sangue na produção do alimento é muito mais precioso.”

O governador se comprometeu a receber dona Noêmia, com a presença do IPERJ, da Procuradoria de Estado e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Dona Noêmia solicitou também a presença de Roberto Moraes e da diretora da UFF Campos, Ana Costa. O governador pediu ao deputado estadual Bruno Dauaire para agendar a reunião com o seu chefe de gabinete, Abel.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Vitória em Cambaíba: Cícero Presente

                                         Foto: Arquivo MST

Desde o dia 19 de abril, os movimentos sociais e a esquerda campista estão travando uma luta pesada por moradia e por direitos junto às famílias que ocupam o Conjunto Habitacional Novo Horizonte... Em todo esse processo, eu nunca deixo de lembrar que, se o Cícero Guedes não tivesse sido assassinado, ele estaria conosco na Ocupação, tocando toda e qualquer tarefa que aparecesse, nos contagiando com sua energia, nos ensinando com sua sabedoria, nos alimentando com sua esperança no poder da luta para transformar a vida das pessoas. 
Cícero foi uma das melhores pessoas que eu já conheci... Para ele, solidariedade de classe era um conceito tão enraizado que não havia luta maior ou menor... Todas as lutas eram dele! Luta pela reforma agrária, pela agricultura familiar, pelo bandejão da UENF, pelos 10% do PIB pra educação, todas as causas tocavam aquele coração gigante... E que saudades de ouvir aquela voz vibrante, emocionada, que nos impulsionava em todas as lutas... 
Cícero já era assentado e estava em Cambaíba lutando por outras famílias que ainda precisavam de terra... Os seus assassinos, quando tomaram a decisão de matá-lo, queriam extinguir também todos os movimentos de luta da cidade. E por um tempo, eu, de fato, acreditei que nossos inimigos tinham sido vitoriosos, sobretudo após a absolvição dos assassinos de Cícero... 
Depois que nos "tiraram" o Cícero, o MST, os movimentos sociais, a esquerda campista, de forma geral, se enfraqueceu abruptamente... Porque Cícero era o nosso coração, a nossa voz, a nossa alma... 
Mas assim como Marielle, Cícero também é semente! E a semente, quando enterrada, continua viva, esperando o momento propício para brotar, crescer e frutificar.
Ontem a noite, ficamos sabendo da notícia da vitória na justiça pela desapropriação das terras da Usina Cambaíba. [1]
Essa vitória é um dos muitos frutos de toda uma trajetória de luta de Cícero Guedes.
E enquanto houver alguém lutando por terra, por moradia, por justiça social em nossa cidade, Cícero também estará presente nessa luta! 

[1] https://www.vozdaresistencia.com.br/2021/05/31/justica-desapropria-cambaiba-onde-presos-eram-incinerados/

Manifestação unificada: SOS Novo Jockey e servidores públicos municipais

 Por Juju Rocha Tavares Ontem, acompanhamos um pouco da manifestação em frente à Prefeitura que reuniu dois grupos: o movimento @sos.novo.jo...